A
definição mais aceita de ação social é aquela que a defende como uma ação que é
orientada pelas ações de outros. Isto é, ação social é todo comportamento cuja
origem depende da reação ou da expectativa de reação de outras partes
envolvidas. Essas “outras partes” podem ser indivíduos ou grupos, próximos ou
distantes, conhecidos ou desconhecidos por quem realiza a ação. A ideia central
da ação social é a existência de um sentido na ação: ela se realiza de uma
parte (agente) para outra. É uma atitude sobre a qual recai ao menos um desejo
de intercâmbio, de relacionamento. Como toda relação social, é determinada não
só pelos resultados para o agente, mas também pelos efeitos (reais ou
esperados) que pode causar ao outro. Uma divisão clara entre ações que podem e
não podem ser consideradas como sociais é impossível de ser feita. Na verdade,
para entendermos se uma ação é social devemos prestar atenção no contexto em
que ela ocorre. A mesma ação pode ora ser classificada como social, ora não.
Tomemos o ato de escrever como exemplo. Escrever uma carta certamente é uma
ação social, pois ao fazê-lo o agente tem esperança que a carta vai ser lida
por alguém. Sua ação só terá significado enquanto envolver outra pessoa. No
entanto escrever uma poesia, na medida em que ela envolve apenas a satisfação
ou a expressão das sensações do poeta, não é uma ação social (é individualismo).
A reação dos outros ao seu conteúdo não foi levada em conta para sua
construção. Ainda que a carta se extravie e ninguém a leia, escrevê-la continua
sendo uma ação social porque ao agente continua interessando a reação do (neste
caso inexistente) leitor. Enquanto isso, um poema será entendido como produto
de uma ação social apenas se ao escrevê-lo o poeta já tinha em mente mostrá-lo
a outras pessoas e provocar com isso alguma manifestação. Portanto dependendo
da situação em que é feita, uma ação pode ser tratada apenas em parte como
social. Max Weber, um dos sociólogos mais estudados, apresentou entre seus trabalhos
uma classificação dos tipos de ação social, de acordo com os motivos que a
geram. São eles: (1) ação tradicional, cuja realização se deve a um costume ou
um hábito enraizado (Tradição); (2) ação afetiva ou emocional, motivada por
sentimentos do agente pelo seu(s) interlocutor (es); (3) ação racional com
relação a valores, atitudes que envolvem um planejamento orientado pelos
princípios do agente; (4) ação racional com relação a fins, atitudes cujo
planejamento é orientado pelos resultados que serão alcançados com sua
realização. Deve ficar claro a diferença fundamental entre o primeiro e o
segundo par de tipos: no segundo par o indivíduo consegue visualizar muito mais
claramente os motivos da sua ação que no primeiro, o que em equivale a dizer que
ele tem maior controle sobre elas. O indivíduo pode escolher como vai agir
racionalmente, calculando os custos e prevendo as consequências de suas
atitudes. Mas é muito difícil que ele escolha que tradição ou costume vai seguir
e mais difícil ainda escolher a quem nos ligaremos emocionalmente. Essa
dificuldade é em virtude da pessoa executora e a pessoa objeto dessas duas
ações geralmente entenderem-se como partes da mesma unidade. Já nas ações
racionais o individualismo é marcante. Segundo esta ótica, podemos classificar
os dois primeiros como ações comunitárias e os dois últimos como ações
associativas. O projeto pão da vida tem como fundamento, a ação social comunitária
onde podemos sentir a necessidade do outro e buscar assim a melhoria comum
independente de credo, porem trazendo o pão que alimenta o fisco e o pão que
alimenta a alma.
Pastor
Timóteo.